segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Primeiros passos na Bolsa de Valores

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Qual o papel do analista financeiro?

Qual o melhor investimento financeiro para a o atual cenário econômico?

Antes de nos aprofundarmos na questão, é bom lembrar que analista financeiro não tem bola de cristal e não pode prometer uma dada taxa de retorno sobre seus investimentos.

Investidores que procuram respostas genéricas muitas vezes saem frustrados ao não obter uma resposta padrão para sua pergunta.

O investimento ideal varia de pessoa para pessoa e são definidos segundo alguns critérios, como o grau de aversão ao risco, retorno exigido e prazo de resgate do investimento, portanto, um investimento pode ser adequado para alguns e extremamente desaconselhável para outros.

Uma premissa que todo investidor deve estar ciente, é, para se obter retornos acima da média, ele deve se expor a riscos maiores.

O trabalho do analista financeiro passa a ser o de identificar o perfil de risco do cliente e montar uma carteira para se obter o maior retorno possível, dado a exposição de risco estabelecida.

Outra forma de montar uma carteira para o cliente seria a de se definir um determinado objetivo de rentabilidade e com isso estruturar uma carteira de maneira que o cliente se exponha ao menor risco possível. 

Teoria Moderna de Gestão de Portfólios

A Teoria Moderna do portfólio, ou simplesmente teoria do portfólio, explica como investidores racionais irão usar o princípio da diversificação para otimizar as suas carteiras de investimentos, e como um ativo arriscado deve ser precificado. O desenvolvimento de modelos de otimização de portfólio tem origem na área econômico-financeira.

O trabalho pioneiro na área de otimização de portfólio foi à proposição do modelo média-variância por Markowitz. A teoria do portfólio estabelece que decisões relacionadas à seleção de investimentos devam ser tomadas com base na relação risco-retorno. Para auxiliar neste processo, modelos de otimização de portfólio têm sido desenvolvidos. De modo a serem efetivos, tais modelos devem ser capazes de quantificar os níveis de risco e retorno dos investimentos. Ativos Financeiros

William Sharp, junto com John Lintner e Jack Treynor, desenvolveram o que foi conhecido como o Modelo de Avaliação de Ativos Financeiros - Capital Asset Pricing Model (CAPM), no qual a determinante chave da taxa esperada de retorno de uma ação é o coeficiente β (beta) da ação.

Segue abaixo a formula para se calcular o beta.






O pressuposto fundamental da teoria foi o da diversificação, o risco específico de uma ação poderia ser diversificado, mas não o risco genérico de flutuações globais do mercado (risco sistêmico). Os investidores racionais requererão então lucros esperados mais altos para manter ações com um β alto, em contraposição a ações de β baixo.

A teoria do portfólio considera a rentabilidade do ativo como uma variável aleatória, e uma carteira como uma combinação ponderada de ativos, de modo que o retorno de uma carteira é a combinação ponderada dos retornos dos ativos.

Além disso, o retorno da carteira é uma variável aleatória e, conseqüentemente, tem um valor esperado e uma variância. O risco, neste modelo, é o desvio-padrão do retorno.



quinta-feira, 15 de abril de 2010

Linha de Mercado de Capitais (Capital Market Line)

A Capital Market Line é a carteira eficiente, composta pela combinação de ativos com risco e um ativo livre de risco, que maximiza a relação de risco e retorno do investidor. A Capital Market Line tem seu intercepto na taxa livre de risco e sua inclinação representando o coeficiente de recompensa para variabilidade, quanto maior for a inclinação melhor a relação de risco e retorno da carteira. A carteira de risco ótima é a melhor combinação de ativos de risco para serem combinados com ativos seguros para formar uma carteira completa, esse coeficiente de recompensa (inclinação da CML) é aquele que tangência a fronteira eficiente, como demonstrando no gráfico abaixo:


terça-feira, 13 de abril de 2010

Distribuição Normal Padrão


A distribuição normal, também conhecida como Distribuição de Gauss ou Gaussiana, foi desenvolvida pelo matemático francês Abraham de Moivre.

Além de descrever uma série de fenômenos físicos e financeiros, possui grande uso na estatística inferencial. É inteiramente descrita por seus parâmetros de média e desvio padrão, ou seja, conhecendo-se estes consegue-se determinar qualquer probabilidade em uma distribuição Normal.

Um interessante uso da Distribuição Normal no mercado financeiro é realizar inferências estatísticas no intuito de mensurar probabilidades de sucesso e fracasso em investimentos financeiros. Essa importante propriedade provem do Teorema Central do Limite que diz que "toda soma de variáveis aleatórias independentes de média finita e variância limitada é aproximadamente Normal (desde que o número de termos da soma seja suficientemente grande)."

Segue abaixo um Histograma da variação do Ibovespa entre o período de 27/03/2009 a 26/03/10.


Podemos observar com esse histograma que o Ibovespa, bem como praticamente todos os ativos financeiros negociados no mercado, segue uma distribuição Normal Padrão.  
Abaixo mais alguns exemplos de variações empíricas no mercado financeiro.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Fronteira Eficiente

O maior desafio dos Mercados Financeiros e de Capitais é o de combinar a máxima rentabilidade com o menor risco possível. A crescente sofisticação dos mercados globais tem exigido dos investidores a utilização de estratégias que maximizem a rentabilidade das suas carteiras de investimentos, minimizando o risco do portfólio.

O objetivo da aplicação de modelos de otimização de portfólios é proporcionar relações entre risco e retorno mais vantajosas para o investidor.

Em seu artigo “Portfolio Selection”, Harry Markowitz, estruturou as bases da Moderna Teoria de Investimentos. De acordo com sua teoria, os investidores podem determinar todas as carteiras “ótimas”, no sentido risco e retorno, e formar a fronteira eficiente.

O gráfico abaixo mostra uma simulação de Monte Carlo de carteiras com três ativos e seus respectivos riscos e retornos associados. Cada ponto em azul corresponde a uma carteira combinada com proporções diferentes entre esses três ativos. Ao aplicarmos essa teoria ao extremo e montarmos carteiras com ativos ilimitados também obteremos esse resultado.




A fronteira eficiente pode ser definida como o melhor conjunto possível de carteiras dentro da relação risco retorno, ou seja, para cada nível de risco o investidor obtém o maior retorno. A fronteira eficiente é demonstrada graficamente pela parte superior da borda formada por todo o conjunto de combinações de carteiras.




    

Reestruturando o blog

Ao idealizar esse blog, tive como idéia original criar um espaço para discutirmos teorias financeiras e como aplicá-las no dia a dia do mercado. Confesso que não tinha idéia do trabalho que daria escrevê-lo, não que essa tarefa seja árdua, todos que me conhecem sabem da fascinação que tenho pelo assunto, mas não tinha idéia do tempo que precisaria ser despendido para preparar um material de qualidade.

Gostaria de me desculpar pela falta de regularidade que os mesmo são postados, estou trabalhando em outros projetos que estão me tomando todo tempo que tenho, entretanto, a cada postagem e a cada feedback recebido tenho mais satisfação em levar esse projeto adiante.

No decorrer deste mês divulgarei um cronograma com os dias que postarei algum material novo. As postagens serão divididas por categorias, serão elas: Clima do mercado, onde irei comentar minhas expectativas sobre o mercado; Dia-a-dia do mercado, onde comentarei sobre os acontecimentos que impactaram as negociações; e uma outra categoria, onde debateremos teorias econômicas e financeiras, sendo essa última uma categoria mais técnica e voltada para profissionais do mercado.

Espero que essa nova formatação agrade a todos e que possa contribuir para nossas discussões.

Abraços a todos.

 

Walter Forte.’.

 

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Inflação, taxa de juros e política monetária.

No post de hoje vou transcrever minha resposta num tópico aberto no blog do Paul Krugman

Toldos,

“Caro Paul, sei que é bastante ousadia, mas poderia me dar uma opinião? Quais as armas, exceto elevação dos juros, que um governo tem para combater a elevação de preços.”

Caro Toldos,

Não sou o Krugman mas acredito que posso te ajudar na sua pergunta. O governo possui outras ferramentas que podem ser utilizadas para combater a inflação (inflação de demanda), a mais utilizada e óbvia são as ferramentas de política monetária, como a alta dos juros, entretanto, ao diagnosticarmos uma inflação de demanda que se caracteriza por um aquecimento da economia maior que seu crescimento potencial gerando com isso pressão nos preços o governo poderia adotar uma política fiscal contracionista que consiste na elevação da carga tributária ou redução de gastos do governo, o que causaria um efeito na demanda agregada semelhante ao observado no aumento dos juros.
http://walterforte.blogspot.com/

Toldos
“Caros Marcel e Walter. Gostei de suas intervenções, foram bastante instrutivas quanto ao aspecto macro-econômico. Mas quanto aos aspectos micro-econômicos?  Poderiam comentar?”

Caro Toldos,

A inflação é um fenômeno macroeconômico e deve ser compreendida como tal, entretanto , vou tentar responder sua indagação sob um aspecto microeconômico analisando a oferta e demanda por capital na economia.

Podemos compreender a taxa de juros em uma economia como o custo de retenção do capital (custo de oportunidade), ou seja, quanto maior a taxa de juros mais caro fica a retenção desse capital para consumo e investimento, portanto, os agentes econômicos postergam suas decisões de investimentos e consumo adquirindo títulos públicos que se tornaram mais atrativos com a alta nos juros.

Com um menor consumo e menor investimento ocorre uma contração na demanda agregada que corresponde ao somatório de tudo que é consumido pelas famílias, pelo governo, investido pelas empresas mais o saldo líquido da balança de transações correntes, o que pode ser resumido pela seguinte equação: DA=C+I+G+X-M, onde,

DA – Demanda Agregada
C – Consumo
I – Investimento
G – Gastos do Governo
X – Exportações de Bens e Serviços
M – Importação de Bens e Serviços

A inflação é um fenômeno associado ao superaquecimento da economia, portanto ao diagnosticarmos uma inflação de demanda os formuladores de política econômica devem adotar políticas estabilizadoras que garantam o desaquecimento e portanto um novo ponto de equilíbrio para a economia.
Espero ter ajudado.

Atenciosamente,

Walter Forte
http://walterforte.blogspot.com/

sábado, 13 de março de 2010

Impacto do pacote de ajuda para a Grécia sobre seus investimentos

Quais serão os impactos da implantação de um plano de ajuda financeira para a Grécia sobre seus investimentos? Resposta: Nenhum.

Antes que alguns leitores fecham esse post e comecem a achar alguma incoerência em minha resposta baseada nos posts anteriores, deixem-me explicar.

Hoje explanarei um pouco sobre as expectativas do mercado e como estas influenciam os preços dos ativos. Alguns conhecidos de vez em quando me perguntam por que determinada ação esta caindo se ela acabou de anunciar um lucro. A resposta para esta pergunta esta na expectativa que o mercado tinha para aquele ativo, se o investidor esperasse um determinado lucro e esse lucro foi a metade de suas expectativas, o preço desse ativo terá que ser corrigido para baixo diminuindo seu valor de mercado mesmo que essa empresa tenha anunciando um lucro. Da mesma forma, se as expectativas do mercado para um determinado ativo sejam de um determinado prejuízo e ela anuncia um prejuízo substancialmente inferior, o valor desse ativo será corrigido para cima, mesmo a empresa apresentando um prejuízo.

Todos os ajustes de preços decorrentes de um pacote de ajuda para a Grécia já foram precificados, o mercado já incorporou a ajuda no preço dos ativos, portanto, o eventual anúncio deve ter um efeito nulo sobre os mercados, entretanto caso as medidas anunciadas se mostrarem insuficientes poderemos observar uma nova realização.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Organizando a bagunça grega.

Conversando hoje com um amigo sobre a situação da Grécia e o atual nível das bolsas mundiais, principalmente a brasileira, fui motivado a escrever esse post sobre políticas Macroeconômicas.
Iniciamos a conversa com um comentário dele a respeito da possível dissolução da zona do Euro e conseqüente abandono da moeda comum, cenário que, na minha opinião, é de remota realização.

Quais são as opções de ajuste na economia grega? Vou tentar responder esse pergunta com o auxilio do modelo desenvolvido por Mundell-Fleming-Dornbusch. Mundell, para quem não conhece, é o economista americano que formulou o Euro. O modelo explica os efeitos da adoção de políticas fiscais e monetárias na taxa de juros e produto de equilíbrio no curto prazo.

Num pais como o nosso, com a adoção de um câmbio flutuante, o ajuste na economia é dado principalmente através da desvalorização da moeda que funciona  como um amortecedor para choques externos, isso é, o câmbio desvalorizado traz um aumento das exportações e retração das importações, o que expande a demanda agregada e garante um ajuste natural para o equilíbrio da economia. Na Grécia esse ajuste através de uma desvalorização cambial não é possível, devido à adoção de uma política monetário comum definida pelo Banco Central Europeu.

Outra maneira de trazer a economia para o seu ponto de equilíbrio seria através de uma política fiscal contracionista, que se baseia na diminuição dos gastos públicos e aumento de impostos. Isso resolveria o problema dos credores(Alemanha e França), entretanto, traria sérias conseqüências no nível de atividade do país, o que, politicamente, é uma decisão muito difícil de ser aplicada.

Sem soluções técnicas de desvalorização de sua moeda (Política Câmbial) ou a adoção de uma política monetária expansionista como foi adotada nos EUA, como será resolvido o problema grego?

O déficit grego hoje passa de 12% ao ano e sua relação dívida/PIB está efetivamente próxima de 150% do PIB, o que gera um aumento de risco e conseqüente aumento de spreads para rolagem de sua dívida, gerando mais pressão para uma eminente reestruturação de sua dívida, que provavelmente terá que ser custeada pelos seus principais credores de dentro do bloco.

A situação não é nada fácil, na minha opinião a solução passará por uma inevitável reestruturação articulada pela Alemanha e por  bancos da região, o país terá que fazer seu dever de casa e se adequar a uma nova realidade, entretanto, a roda da economia continuará girando e bolhas maiores continuarão a inflar.

terça-feira, 9 de março de 2010

Estratégias com Contratos Futuros

Contratos Futuros Ibovespa

Um contrato futuro do Ibovespa é negociado na BM&F e é o representativo da “cesta” de ações do Ibovespa mais uma taxa de juros até o dia do seu vencimento. As partes assumem compromisso de compra e venda baseadas em um preço futuro – o compromisso futuro conta com ajustes diários do valor dos contratos.
O Índice Bovespa é representado por uma pontuação que varia conforme o desempenho das cotações das ações que compõem o índice. A negociação é feita em pontos. Cada ponto equivale a R$1,00 com lote mínimo de 10 contratos.
O contrato de índice futuro padrão é formado pela sigla “IND”, seguido pelo mês de vencimento e ano.
G = Fevereiro; J = Abril, M = Junho, Q = Agosto, V = Outubro, Z = Dezembro
Existe também a possibilidade da negociação de mini-índices. O código do mini-índice é “WIN”. Ele equivale a 20% da pontuação do índice cheio e não existe lote mínimo de negociação.

Estratégias Utilizando Contratos Futuros

As estratégias envolvendo os contratos futuros são bastante semelhantes as usadas nos contratos a termo, Segue abaixo um exemplo prático da utilização de contratos futuros para eliminar o risco de mercado de uma carteira.

Setor/Empresa
Cód.
Preço Atual
Preço Alvo Valuation
E(Retorno) Valuation
Beta
Peso
DP Mensal








Petrobras
PETR4
R$ 31,64
R$ 40,50
24,69%
1,12
39,50%
11,06%
Vale
VALE5
R$ 32,46
R$ 37,10
13,36%
0,99
-4,90%
9,48%
Itausa PN 
 ITSA4
R$ 9,66
R$ 12,19
23,26%
0,74
21,60%
8,00%
ALL America Latina
ALLL11
R$ 11,78
R$ 17,00
36,68%
0,96
15,92%
11,74%
Randon Part PN
RAPT4
R$ 11,57
R$ 13,50
15,43%
1,25
7,00%
12,47%
Rossi Resid    
RSID3
R$ 10,74
R$ 12,50
15,18%
1,47
7,00%
21,76%
Anhanguera Unit 
AEDU11
R$ 18,20
R$ 25,90
35,28%
1,82
13,88%
16,00%
Ibovespa
IBOV
R$ 54.891,34



100,00%
7,52%

Gestão de Risco
Setor/Empresa
Cód.
Preço Atual
Valor de Mercado
DP(P) a.m
9,49%




Beta (P)
1,15
Petrobras
PETR4
R$ 31,64
R$ 71.644,97
E(P) a.a
27,00%
Vale
VALE5
R$ 32,46
-R$ 8.879,93
E(P) a.m
2,01%
Itausa PN 
 ITSA4
R$ 9,66
R$ 39.174,21
VaR 90% a.m
-10,15%
ALL America Latina
ALLL11
R$ 11,78
R$ 28.872,62
VaR 95% a.m
-13,60%
Randon Part PN
RAPT4
R$ 11,57
R$ 12.696,61
VaR 99% a.m
-20,06%
Rossi Resid    
RSID3
R$ 10,74
R$ 12.696,61
Anhanguera Unit 
AEDU11
R$ 18,20
R$ 25.175,00
Hedge com Contratos Futuros
Ibovespa
IBOV
R$ 54.891,34
R$ 181.380,08
Valor de Mercado
R$ 181.380,08
Ibovespa
54891,34
Ibovespa Mini
10978,27
No de Contratos
19,00
Posição Protegida
R$ 208.587,09
Posição Protegida %
115,00%

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